Thursday 2 August 2007

Greening Cities – International Student Summit, Day 1 – 10th July 2007

Levantámo-nos cedo e, depois do “pequeno-almoço”, fomos para o Natural History Museum - NHM, em Cromwell Road, o palco do evento que reunia em Londres estudantes para debater alterações climáticas. Passado o registo dos delegados locais e estrangeiros estávamos prontos para iniciar o segundo encontro internacional de estudantes sobre alterações climáticas, mais concretamente sobre o papel das cidades e como podemos torná-las mais “verdes”, isto é, mais sustentáveis. Fomos entusiasticamente acolhidos por toda a equipa do museu que nos iria acompanhar durante três dias.

O primeiro a subir ao palco foi Tom Burke, Founder Director of E3G; Senior Business Advisor to UK Climate Change Ambassador at FCO; Environmental Advisor to Rio Tinto plc. Apresentou-nos as alterações climáticas de uma forma diferente fazendo-nos ver que, por analogia a instabilidade político-económica e com problemas sociais tão graves como a peste nos séculos passados, as alterações climáticas constituem o desafio da humanidade para o século XXI. Uma resenha histórica que terminou com algumas ideias de como cada um de nós pode contribuir para reduzir o seu impacto no clima global e com um alerta para a responsabilidade individual e para a necessidade de agir no imediato. No caso de não agirmos já deu-nos um conselho, que serviu de base a toda a sua comunicação: “Don’t be under forty”

A Tom Burke, difícil de igualar, seguiu-se o professor Mike Hume, Founding Director of Tyndall Centre for Climate Change. Tendo como base a expressão: “Climate change: implications for the future, choices for the present” este orador explicou-nos que, dado o estado actual da situação climática global, é necessário fazer escolhas e modificar hábitos no presente, sendo que a tomada de consciência e de atitudes determina o futuro que legarmos às gerações vindouras. Assim, estabelecida uma relação de causa efeito entre as medidas que tomarmos agora e o futuro que vamos obter, foi fácil perceber que quanto mais tarde forem tomadas as medidas mais restritivas terão que ser e que caso não se tomem medidas não haverá futuro humanamente aceitável para as gerações futuras.

O terceiro orador, e último da primeira parte, foi o Dr Jeremy Leggett, Chief Executive and Chairman of Solarcentury, Chairman of SolarAid. Este orador apresentou-nos as alterações climáticas como o jogo de números desta geração. Através dos números mostrados em gráficos, que falam por si, foi possível ter uma noção ampla e alargada do problema que as alterações climáticas personificam e da dependência do petróleo, actualmente um facto nas nossas sociedades. Segundo este orador chegámos já a uma ponto sem retorno, um ponto máximo. Neste caso, tal como no passado aconteceu com outras dependências da sociedade, terá de acontecer uma catástrofe, um colapso, que nos faça começar do zero e produzir energia de modo sustentável, o que passa, essencialmente, por recorrer a fontes renováveis.

Após uma enorme dose de informação para consolidar, saímos da sala para o “almoço”. Sacos castanhos aguardavam-nos no exterior da sala contendo uma baguete, um pacote de batatas fritas, uma peça de fruta e uma garrafa de água…

Depois do almoço e de algum tempo livre para visitarmos uma parte do vastíssimo Natural History Museum regressámos à sala da conferência. Aguardava-nos a Dr Jillian Anable, Research Fellow, The Centre for Transport Policy. Dada a sua especialidade, esta investigadora vinha falar-nos do papel dos transportes nas alterações climáticas e mostrar-nos que estamos a chegar ao extremo. Uma comunicação clara, pragmática, concisa e esclarecedora que incluiu as consequências do uso excessivo dos transportes bem como as medidas a tomar para um uso sustentável destes meios.

Seguiu-se o Dr. Dave Reay da School of Geosciences, University of Edinburgh. A sua comunicação foi direccionada para o combate às alterações climáticas na “selva urbana”, ou seja, quais as medidas a tomar para converter as cidades em contribuintes menos activos nas alterações do clima global. A exemplo da oradora que lhe antecedeu o Dr. Dave Reavy foi muito pragmático e conseguiu captar a atenção da plateia pelo tempo suficiente para que todos ficassem com a ideia de como de pode converter a cidade num espaço menos prejudicial para o clima.

Para terminar o dia, o jornalista Quentin Cooper, da BBC radio 4, orientou uma sessão de discussão onde estiveram presentes os últimos quatro oradores do dia.

O final do dia estava reservado para uma recepção na Royal Geographical Society. Fomos recebidos pela sua directora que nos deu as boas vindas e nos falou sobre a história e a actividade daquele organismo. Em seguida, colocou-nos em contacto com membros daquela instituição a fim de trocarmos impressões sobre a geografia com especial incidência da informação naqueles delegados cuja opção escolar passava por essa disciplina. Em seguida visitámos uma exposição sobre alterações climáticas e alguns minutos depois, teve lugar um workshop onde, de forma lúdica, pudemos compreender alguns efeitos das alterações climáticas e perceber a importância da pequena porção da Terra em que podemos habitar. Por fim teve lugar um cocktail com bebidas e canapés, antes de regressarmos a Beit Hall.

O balanço final do dia é, obviamente, positivo. Como antevimos no dia anterior, a conferência revelou-se muito enriquecedora, e ao longo do dia foi reforçado e cultivado o convivo entre todos os delegados.

António Grilo

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