Thursday 2 August 2007

Greening Cities – International Student Summit, Day 2 – 11th July 2007

Mais uma vez a alvorada foi madrugadora. Em Londres o Sol nasce mais cedo que em Lisboa e logo pelas seis horas da manhã invadia os nossos quartos. Passada a primeira refeição do dia, que neste país é claramente a mais importante, foi a vez de um momento cultural. Já sabemos que a música chega aos locais mais inóspitos e já tínhamos visto há dois dias um Mc Donalds com um piano de cauda… Porém, não deixou de nos surpreender o facto de haver um piano na sala do pequeno-almoço! Uma vez que três delegados sabem tocar, lançámo-nos na aventura de espalhar a música pela sala. De Chopin e Beethoven até ao tema principal do filme Titanic passando por músicas da Broadway; das músicas individuais a improvisos a quatro mãos ouviu-se de tudo. Embora não fosse esse o objectivo principal, a música serviu aqui de elo de união de muitos dos delegados, nomeadamente dos países árabes, com os estudantes de piano. Assim se estabeleceram relações fortes nomeadamente entre os delegados da Arábia Saudita, Emiratos Árabes Unidos, Yemen Singapura e Portugal. A música, e sobretudo a música clássica, revelou-se mais uma vez a linguagem universal. O dever chamava-nos e pelas dez horas abandonámos o Imperial College para nos dirigirmos ao NHM.

Vimos o resumo do dia anterior em filme e o primeiro orador a entrar em cena foi Colin Butfield, Head of Campaigns Division, World Wildlife Fund–UK (WWF). Este orador mostrou-nos a correlação directa que existe entre dados como a evolução das concentrações de CO2 na atmosfera e a evolução da temperatura no mesmo período. Em seguida apresentou-nos uma campanha do WWF a decorrer no reino unido relativamente ao combate às alterações climáticas.

O segundo orador do dia foi o Dr Mark Spencer, Curator of the British and European Herbariums at the Natural History Museum. A comunicação deste orador explicava a importância dos parques mas sobretudo das plantas de Londres na monitorização das alterações climáticas na cidade. A ideia principal é a de que os organismos vivos registam e sentem os efeitos das mudanças do clima e que nos podem mostrar qual o estado do local onde vivemos. Para este efeito este botânico doutorado em taxonomia falou de variadíssimas plantas que podemos utilizar em nosso favor sem seu prejuízo.

A terceira comunicação do dia esteve a cargo do Dr Tim Sparks, Environmental Scientist Natural Earth Resources Council Centre for Ecology and Hydrology, Monks wood. O tema desta comunicação foi “Dear Diary: how everyone can contribute to monitoring the effects of climate change?” Este cientista reuniu registos de vários cidadãos do reino unido e através desses registos que remontam ao início do século XX até aos nossos dias foi possível perceber claramente os efeitos da actividade humana no clima do reino unido e consequentemente no clima global. Os arquivos utilizados eram constituídos por anotações de migrações de aves, fotografias de árvores em alturas semelhantes do ano em anos diferentes entre outros. Uma prova de como pequenos registos empíricos podem contribuir para a monitorização das alterações climáticas.

À hora do almoço novo saco castanho com o mesmo conteúdo que o do dia anterior aguardava-nos no exterior da sala. Depois do almoço fizemos nova visita ao museu. A cada corredor por onde passávamos íamo-nos apercebendo da real dimensão espacial e científica daquela instituição.

À tarde a primeira oradora era Samantha Heath, Director of Sustainability Exchange. A sua intervenção baseava-se num dos pilares do desenvolvimento sustentável: “Delivering a Sustainable Legacy”. O legado que devemos deixar às gerações que se nos seguirão é o que nos leva a preocupar-nos com sustentabilidade das nossas acções actualmente. Suportada nesta afirmação a oradora expôs uma lista de acções de risco e de medidas a tomar para que, tal como nós, as próximas gerações tenham condições de habitabilidade na Terra.

Shirley Rodriguez, Head of Environment, Greater London Authority foi a segunda oradora da tarde. Directamente ligada a Ken Livingstone, mayor of London, Shirley Rodriguez falou-nos sobre a importância dos espaços verdes de Londres e sobre as medidas previstas para manter essa rede de parques e se possível aumentá-la.

Gareth Mitchell foi a jornalista da BBC convidada para dirigir o debate que reuniu oradores e estudantes em mais uma sessão de discussão sobre alterações climáticas.

A tarde foi dedicada às compras em South Kensington. Terminadas as aquisições de lembranças da capital do reino unido, fomos para a zona de Westminster. Jantámos e, ao pôr-do-sol, fizemos uma viagem no London Eye, a famosa roda gigante que nos faz ver quase toda a cidade de Londres. Terminada a viagem regressámos ao Imperial College.

Mais uma vez o dia foi excelente. Novas perspectivas, novos olhares sobre as alterações climáticas, novas ideias, novas medidas, enfim… um sem número de informações que ficaram religiosamente registadas nos apontamentos dos delegados e que se esperem cheguem ao seu destino. Uma noite muito bem passada e onde ainda houve espaço para dois dedos de conversa entre os participantes.

António Grilo

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