Thursday 2 August 2007

Greening Cities – International Student Summit, Day 3 – 12th July 2007

Foi com alguma nostalgia que acordámos para o terceiro e último dia de conferência. Todos ficámos com a sensação de que tinha passado tudo muito rápido e todos queríamos que fosse apenas o início de um excelente convívio. Mas era o último dia. O último espaço para aprendermos mais coisas. O último dia para conversarmos uns com os outros. O último. E esta palavra ressoava nas nossas mentes. Nos corredores. Ressoou também na sala do pequeno-almoço ao som da música que mais uma vez o piano espalhou por aquele espaço. Era verdade. Era o último momento que tínhamos para partilhar aquela música. O último.

A mesma música dava-nos agora alguma animação para seguir para o tão aguardado terceiro dia de conferência. Chegámos à sala da conferência e notava-se que o primeiro orador do dia era influente. Depois de nos sentarmos, entraram todos os directores do Natural History Museum. Em seguida entrou na sala um homem que todos ansiavam ver tendo alguns delegados ingleses vindo de propósito para o ouvir: Ken Livingstone , mayor of London. Um homem que todos os Londrinos parecem adorar como a um Deus. A comunicação falava sobre as emissões de CO2 das actividades da cidade e dava um especial destaque às emissões provenientes dos aviões que todos os dias chegam e partem de Londres. Foi sem dúvida apresentação mais longa e com mais questões colocadas de toda a conferência. Durou uma hora e foi também a mais aplaudida.

A tão procurado orador qualquer um que se seguisse era modesto. Porém, Peter Head, Director of Arup, não foi em nada inferior. Falou-nos sobre o desenvolvimento de cidades sem emissões de CO2 ou com emissões muito baixas. O exemplo foi a China. Tivémos opurtunidade de o questionar sobre o porquê de edificar novas cidades em vez de reformular as cidades que temos. Segundo o orador a estratégia de desenvolvimento da China passa pelo desenvolvimento de cidades por todo o país. A National Geographic Magazine chegou a comparar este desenvolvimento urbano com um vírus que se alastra pelo país. O que se tenta neste momento fazer é aproveitar este empenhamento do país para desenvolver cidades com o menor impacto possível no clima global.



Dongtan, a primeira Eco-Cidade do mundo.


Depois do almoço fizemos mais uma visita pelo museu. Desta vez fomos à nova atracção: a Antártida. Uma sala gelada, demonstrações de equipamentos, jogos. Tudo sobre a Antártida.

À tarde Brenda Boardman, Head of Lower Carbon Futures team at Environmental Change Institute, Oxford university falou-nos sobre um tema que tem vindo a fazer parte do nosso dia-a-dia na escola: as licenças de carbono. Esta oradora lançou o debate sobre se deveriam ou não criar-se licenças de emissões de carbono individuais para cada pessoa.

Seguiu-se Tatiana Bosteels, London Climate Change Agency (lcca) que falou de forma muito curta e muito concisa como poderíamos ter uma Londres menos poluidora.

A comunicação final esteve a cargo de Adrian Hewitt, Merton Borough Council. Este orador captou de imediato a atenção da plateia e falou-nos sobre a imensidão de coisas de uma pessoa e um município podem fazer para combater as alterações climáticas. Com muita psicologia à mistura mostrou-nos como foi possível em Merton converter as casas eficientes em casas muito mais eficientes.

O debate final, muito activo foi desta vez orientado pela jornalista Vivienne Parry.

No final do dia foram feitas as últimas votações, que tinham também ocorrido durante os outros dois dias, e cujos resultados serão o documento final da conferência que, segundo o exemplo do ano anterior, será entregue ao governo britânico.


Partimos à tarde directamente do museu para um passeio de duas horas de autocarro híbrido pela cidade de Londres. Depois de percebermos como funcionam aqueles veículos estávamos prontos para entrar a bordo e fazer uma visita de duas horas pela cidade. Vimos quase tudo.

De volta ao Imperial College esperava-nos um BBQ inglês. Ao BBQ segiu-se uma sessão de diversão especialmente dinamizada pela comitiva chinesa, que foi depois seguida por muitas outras. No final trocaram-se assinaturas e textos, entregaram-se diplomas de participação e a conferência tinha chegado ao fim.

Certamente uma das melhores experiências por que qualquer um de nós passou, esta conferência internacional será inesquecível para qualquer um dos delegados. Aprendemos muito, mas sobretudo desenvolvemos relações humanas, conhecemos culturas, trocámos recordações e criámos amigos. Não há mais palavras para transmitir o que foram estes quatro dias em Londres. Talvez uma: irrepetíveis.

António Grilo

No comments: